Canastra
Caminhos de pedregulhos
e poeira solta
irmanadas no barro
da chuva
bulbosa
de recantos e vegetação
exuberante, luxuriantes,
recortes, mirantes, miragens,
borrifar da Cachoeira D’Anta:
um sublime cochichar
de Deus.
Deus nos caminhos
das pessoas que contornam
sua Serra,
Espíritos da Terra,
atônitos, reféns de tanta
beleza e amor.
Um amor verde,
vegetal, ancestral.
Gramíneas, pés descalços
na argila que é moldada
pelo dilúvio, pelo Rio São Francisco,
irmão Sol,
pequenino gigante
que contorna pedras, alturas,
paredões indevassáveis
de pedra, limo, esperanças.
O vale veio aberto,
exposto na Canastra,
serra irmã de Babilônia.
Meus olhos, molhados,
meu peito sequioso
de verdade, oportunidade
e bem aventurança
de um recomeçar.