Eugênia
Trilha estreita
caminhos de encostas
plantas luxúria perdão
densa mata embotada
lamúria estancada
rumor da mata
mato dentro
mato fora
Eugênia no cantar
suave da cachoeira
sombra alta do Cerradão
da Canastra
canhestra hora
de arrependimento
e desarme
arme arco
trace flecha
no coração do destino
que desatino
principia o reluzir do trovão
trovas
trajes verdes
fumaça d’água
de Eugênia
ninfa diáfana
dessas terras
dessas águas
rio manso
queda brusca
oeste silencioso
de meu caminhar
escorregadias pedras
onde o sol coroa
filigranas do suor
da divindade
que agora
revelada
não há.
Adeus Eugênia
que na poeira da volta
se encerra.
Adeus Eugênia
que refeita pela alma
num dia pronto
vou reencontrar:
calmo
etéreo
e vigilante.