SELVA
Soltei o bicho que estava preso, ele nem era tão feroz assim,
As imagens do fim não refletem o começo, espelho quebrado,
Quem resgata momentos alimenta sentimentos bons e ruins,
Diferentes graus de interpretações, isenção total, convicções.
Cada um segue seu curso, urso hibernando ou lobo solitário,
Macaco macacando, pulando de galho em galho, dromedário
Atravessando o deserto sem saber ao certo para onde seguir,
Cachorro retornando, mesmo abandonado tão distante daqui.
Quem foi domesticado tem dificuldade de retornar às origens,
Elas já não condizem com o estado atual, mas, foi consensual,
Ritual sem magia, um não queria, andorinha só não faz verão,
Quem se aventura pela emoção, corre o risco de ser devorado.
Agora é selva, mata nativa, andar à deriva, só instinto animal,
Lei do mais forte e corte que não cicatriza, encoleriza, surreal,
Quem encontra seu espaço e sente-se acolhido, sai do perigo,
Ou, ao menos, pensa estar à salvo de qualquer ataque mortal.