SELVA

Soltei o bicho que estava preso, ele nem era tão feroz assim,

As imagens do fim não refletem o começo, espelho quebrado,

Quem resgata momentos alimenta sentimentos bons e ruins,

Diferentes graus de interpretações, isenção total, convicções.

Cada um segue seu curso, urso hibernando ou lobo solitário,

Macaco macacando, pulando de galho em galho, dromedário

Atravessando o deserto sem saber ao certo para onde seguir,

Cachorro retornando, mesmo abandonado tão distante daqui.

Quem foi domesticado tem dificuldade de retornar às origens,

Elas já não condizem com o estado atual, mas, foi consensual,

Ritual sem magia, um não queria, andorinha só não faz verão,

Quem se aventura pela emoção, corre o risco de ser devorado.

Agora é selva, mata nativa, andar à deriva, só instinto animal,

Lei do mais forte e corte que não cicatriza, encoleriza, surreal,

Quem encontra seu espaço e sente-se acolhido, sai do perigo,

Ou, ao menos, pensa estar à salvo de qualquer ataque mortal.

Sérgio Sousa
Enviado por Sérgio Sousa em 30/01/2020
Código do texto: T6854023
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