O mar

Avante o mar revolto, e de volta o mar

e de novo e outra vez, a resfolegar

seu hálito salino de titã glutão

no meu corpo carnoso que seca,

n'alma que se esvai com o verde

verboso, vernacular e vivo.

Avante o mar revolto, e de volta o mar

e de novo e outra vez, a reavivar

com sua fulgência anilada de vitrais

os outrora valentes que exclamaram

para o mar: Thálatta! Thálatta!

vezes várias com vozes invictas.

Devorado por ele às costas, e a remar

sobre ele de olhos cravados nos céus,

titilando na mão úmida a agulha;

quando palmácea, por ele varrido,

embalado, quando por vezes capitão:

servo, pois, do mar, que ao homem

enfim bípede ele lançou à terra.