Grilhões

Acordo

com meus velhos rituais

olhando tudo

não como mundo

e sim como quintais

(quieto, mas não mudo

eu não mudo

meus hábitos matinais)

Enxergando além dos olhos

os carros queimando petróleo

e o voo ligeiro dos pardais

Vendo a duras penas

a tristeza da pena

dos sabiás

A pena que não se entende

por que é que se prende

pássaros e outros animais

Tiês-sangue sem floresta

e o homem em eterna festa

quando o que lhe resta

já é pouco demais

Em cada ponto de vista

é o mesmo da conquista

de muito tempo atrás

Se o bem pudesse assim

com mais energia dar fim

não se veria mais

gaiolas pelas varandas

pássaros sem cirandas

cantos sem notas musicais

17-03-2019

05h04min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 17/03/2019
Código do texto: T6600309
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