UTOPIA

UTOPIA

Quero me sentir leve...

Erguer os braços e levitar como as aves,

não sentir o peso do corpo,

e qual nuvem clara, em dia de sol,

flutuar no espaço infinito.

Lá do alto,

quero ir onde nascem os rios,

jorrando da terra, despretensiosos,

sem saber da vida que brota de suas fontes.

Quero subir ao mais alto dos montes,

e do cume de sua grandeza,

sentir-me forte e intocável

ante a pequenez da planície.

Quero sobrevoar os mares,

enxergar os abismos insondáveis que escondem,

descobrir seus segredos ocultos pelas águas,

de épocas remotas para sempre perdidas.

Quero planar sobre a imensidão das florestas,

que ainda cobrem a terra,

e ocultam de corações vorazes,

a origem da vida.

Desejo subir à imensidão azul,

misturar-me às estrelas,

e cintilando como um corpo celeste,

ver como é pequena a grandeza humana,

ante o sem fim do universo.

Lá do alto, vendo o globo azulado,

em meio à escuridão,

apenas um ponto perdido no espaço,

quero sentir o poder criador,

que sustenta em perfeito equilíbrio,

as estrelas soltas no céu.

Em célere voo,

quero mergulhar na abóbada azulada,

e como as águias, fazer meu ninho,

no mais alto dos cumes,

envolto em nuvens.

De lá, quero, silente,

esperar o nascer do sol,

e ante o maior espetáculo da terra,

sonhar que estou no paraíso,

e que homem e natureza convivem em paz,

celebrando juntos o dom da vida,

e cantando jubilosos o amor criador.

Pedro Lodi

Pedro Lodi
Enviado por Pedro Lodi em 05/03/2018
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