URUCUEIRO
Urucueiro,
fino madeiro,
o teu fruto cai às margens do ribeiro.
Logo eu, que havia separado as sementes do castanheiro!
Peguei o pote de tinteiro,
para extrair a tinta do teu fruto, urucueiro!
Um vermelho selvagem e guerreiro,
bem familiar, bem caseiro.
A minha refeição será influenciada
pela tinta temperada.
É de grande utilidade para essa gente!
Avermelha ainda mais o poente.
Urucueiro,
não pode prosseguir o forasteiro
sem pegar alguns frutos do teu madeiro.
Levarei as mudas do arvoredo, lá para as bandas de Cachoeiro!
Urucueiro,
o teu fruto é comestível,
o tempero é irresistível;
que tenha uma fecundidade próspera aqui no teu viveiro!
-Gabriel Eleodoro
Rio de Janeiro, 18 de julho de 2000.