O RIO

O riacho corre manso

não tem pressa de chegar;

seu destino já é certo,

corre ao encontro do mar.

Quando nasce lá na serra

entre as folhas secas do chão

é um regato inocente

regando a plantação.

Desce a serra mais robusto

precipitando-se na ribanceira,

não é mais manso riacho

se transforma em cachoeira.

Corre por entre os montes;

cruza no vale o rincão,

junta-se a outras vertentes,

se transforma em ribeirão

Quando chega ao vilarejo

já é um rio caudaloso;

às vezes corre em seu leito,

noutras transborda impiedoso.

Na sua metamorfose

vai transformando a paisagem;

vai gerando energia;

vai transpondo as barragens.

Nesta sina de ser rio

vai cumprindo sua missão;

saciar as bocas sedentas,

germinar a plantação.