Terra Destruída
Durante a travessia
A ponte quebrou.
Em queda livre o tempo correu,
O mundo se transformou.
E o caos foi estabelecido,
Enriquecido pelo ódio.
No chão seco de um antigo córrego
Ocorre conflitos pelo topo do pódio.
Pela busca do poder,
No deserto em clima de guerra,
Um rio vermelho que surge do sangue
Rega a infertilidade da terra.
A morte se aproxima,
Neste solo que não brota alimento.
Colhemos o que plantamos:
Raiva, fome e sofrimento.
O vento
Não é capaz de refrescar.
A arvore seca até tenta,
Mas a sombra não vem nos assombrar.
De verde não sobrou nada,
O cinza colore o inverno.
O vermelho pinta a brasa
Que nos assa nesse inferno.
Busco uma nova forma de pensar.
Penso numa nova forma de fazer
Com o receio de matar
E o medo de morrer.
Rego com o suor
A unica flor que sobrou,
Para que o homem possa lembrar
De quantas arvores derrubou.
A queda da ponte
Tem como desculpa o acaso.
Acaso que poderia ser evitado
Se não houvesse tanto descaso.
Agora me resta escalar
Para que a ponte seja reconstruída.
Para que outras almas descuidadas
Não sintam a dor desta Terra destruída.