Ao Ipê Branco...

 
Faço-lhe esses versos sem o conhecer...
Mas sei que é em agosto que vem florescer,
e que se veste em pleno inverno de alvura,
— as tuas flores— como se fosse neve...
 Mas ai... Viver tão pouco se atreve...
 É tão efêmera sua beleza tão pura!...
 
Eu sei... Em algum lugar o ipê branco floresce
com sua beleza viva— mas alguém esquece—
e por alguns dias trará a cor da paz...
Por isso eu o quis esculpir nesses versos,
antes que se apaguem os teus reflexos
na beleza de cada flor que a alguém a apraz...
 
Sim... De algum lugar o ipê branco se oferta
seu raro branco aos versos de um poeta
—bem sei— pois tudo passa tão depressa...
Se hoje o vento as flores beija e acalanta;
amanhã salpicam o chão— um nó na garganta—
 como a dizer: por favor, não impeça...




( Esse poema é uma reverência ao ipê branco que não conheço, mas que também faz parte dessas árvores que desafiam o inverno nos presenteando com sua beleza alva. Para completar minha apologia aos ipês eu precisava falar dele também. Poeta é assim ora, fala até do qeu não conhece. rsrsrs)


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