Ao Ipê Amarelo...
Agosto... Mas bem ali no cerrado
em meio ao capinzal maltratado
ele surge — o ipê amarelo— imponente
trazendo na nudez de seu caule triunfante
a majestade de um dourado turbante
a encher os olhos e a alma da gente...
E quando tudo aguarda a primavera
ele se adianta e até se esmera
e tão clássico vai colorindo tudo.
Porque em pleno estio se enche de flor?
E porque ele se veste assim dessa cor ?
O meu poema, sobretudo?...
Penso até que ele prefere o amarelo,
ainda que meu verso seja tão singelo
tal qual essa flor — um símbolo perdido —
dos meados dessa estação
e dos cerrados do Brasil— efêmera ilusão —
às vezes pelos olhares esquecido.
( Esse poema é uma reverência a essa flor que desafia o inverno em pleno mês de agosto que é o mês mais seco do inverno. No cerrado elas contrastam com o capinzal e as arvores quase secas. algo perfeito de se ver e admirar. O Ipê amarelo, pra quem ainda não sabe é a flor símbolo do cerrado brasileiro.)
Imagem: google