UM GRITO NO AR

Aiiiii!

Os gritos de agonia ecoam pelo espaço.

Os golpes se sucedem impiedosamente,

sem misericórdia.

Ninguém parece ouvir seus pedidos de socorro.

E a crueldade do ser humano aumenta a cada dia.

Nada o detém. Nada...

As vítimas vão tombando sucessivamente,

sem ter quem as escute,

sem ter quem impeça crimes tão hediondos.

O ar fica impregnado do cheiro do massacre,

que ameaça os criminosos e os demais viventes.

Inaudível ao homem, os gritos e choros

sensibilizam a natureza, que se defende como pode,

sem conseguir impedir a matança desenfreada.

Não sei...

Não está tão longe o dia

em que a floresta soltará seu último grito,

seu último gemido,

seu último pedido de socorro.

Terá sido tombada a última árvore.

Terá sido dizimada a vida na Terra...

* Vencedora do Concurso de Poesia Livre regional - 2015, do Ateneu Angrense de Letras e Artes, tema FLORESTA