Coro de pássaros urbanos
adormece a tarde fugidia...
Sombra de fuligem em cactos
serve de cenário ao
 bem-me-quer 
que rejeita a manhã parda.

Pétalas erradas em flores certas.
 
O quero-quero indiferente
passa sem canto

num silêncio poético.
Numa reticência pungente.
 
O bem-te-vi suga o açúcar
da primavera inteira

 e, não teme o diabetes...
Viciado em doçuras
Anuncia o amargor da visão.
 
 
O arco do pensamento
passa tangente
ao infinito,
riscando o céu com
o rascunho de sentimentos
inacabados e proscritos.

Sentimentos impressos.

Todos borrados
pela tragédia intrínseca
dos dias...
 
A nota musical entoa 
toda a  tristeza gris
tão transparente em seu olhar
que espelha tanta saudade.
 
A despedida pode ser furtiva...
mas o que não esquecemos fora
decalcado na alma
sob a forja das paixões...
e pelo calor das identidades.
 
A besta que há em mim,
Saúda a besta que há em você
Tama sevata!
 

A natureza que pulsa em mim...
Reverencia a sua natureza
Que viverá latente no prazer
do encontro e da lembrança.
 
 
 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 13/02/2015
Código do texto: T5136296
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.