AURORA

Desposar a aurora... Ah, pensei deveras!

O arrebol mudou de face, ressabiado...

Fi-lo perceber que sou poeta, vivo alado

Pela fantasia e descrevo assaz as quimeras!

Quão intenso amor eu sinto e me dedico tanto

A compilar da natureza tão excelso manjar

Que faz de mim talento, menestrel do sonhar

E contrito por estradas afora espalho meu canto!

Oh, aurora! Sou esposo do indescritível orvalho

Que madruga, desperta e sutilmente detalho

A autópsia de um poeta que sobrevive apaixonado...

Perfume... Coloração de amêndoa inunda o espaço

E me seduzo pela magia de desenhar cada pedaço

Que a fotografia das horas retalha ao meu lado!

De Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 29/01/2015
Código do texto: T5117906
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