A PROFECIA
O sul vai virar mar,
e o sudeste vai virar deserto.
Eis a predição do beato,
nem tão certo, nem tão cego.
O dilúvio vai cair, ó tchê!
Ninguém vai salvar seu teto;
nem o crente nem o cético.
Com a seca, o meu povo vai morrer de fome,
sem poder se embriagar na cana-de-açúcar.
Mas a morte vem mesmo é da sede do homem.
O rico vai pedir esmola-d’água,
e ao pobre só restará as mágoas.
O sul vai alagar,
e o meu sudeste, oh pobre terra!
Vai sangrar até secar.
Dia após dia, vai se confirmando a profecia do profeta;
espírito urbano, quase rude;
sofredor de alma inquieta.
E aqui vem a máxima que a explica:
O sul vai virar mar,
e o sudeste vai virar um deserto,
porque quem bulir com a Natureza,
há de sentir a sua dureza.
ATENÇÃO: em verdade, as profecias são feitas para não se concretizarem; antes, funcionam como uma advertência. Oremos ao Pai para que não ocorra o pior, e façamos a parte que nos cabe.