Lírica Analogia

Como as roupas de seda

das damas burguesas,

são os botões florais...

Zeladoras ambas da frágil nudez

e protetoras de belezas tais.

Passam das brisas suaves,

desde as brutas tempestades...

sustenta-as a terra e as sépalas

e dançam paciente a espera

dum redamar

dum momento

d´algo sincero...

Para revelar seus individuas esmeros.

E então, sem relógios

nem nada que complica,

vem a primavera da vida...

Onde com pachorra e com melindro,

Umas timidamente vão se desembaraçando

e outras pomposamente se revelando.

Entregam inteiramente

o mais lindo dos mistérios

a algo incerto...

Aparecem então um pobre ser,

que com seu mal-me-quer

arruina o belo processo

como um nada

Larissa Segantini Negrão
Enviado por Larissa Segantini Negrão em 13/07/2014
Código do texto: T4879954
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