Lírica Analogia
Como as roupas de seda
das damas burguesas,
são os botões florais...
Zeladoras ambas da frágil nudez
e protetoras de belezas tais.
Passam das brisas suaves,
desde as brutas tempestades...
sustenta-as a terra e as sépalas
e dançam paciente a espera
dum redamar
dum momento
d´algo sincero...
Para revelar seus individuas esmeros.
E então, sem relógios
nem nada que complica,
vem a primavera da vida...
Onde com pachorra e com melindro,
Umas timidamente vão se desembaraçando
e outras pomposamente se revelando.
Entregam inteiramente
o mais lindo dos mistérios
a algo incerto...
Aparecem então um pobre ser,
que com seu mal-me-quer
arruina o belo processo
como um nada