O MAR: COME-COME DE TSUNAMI
Ainda quero amar o mar...
apesar de ele, bravio,
ter arrastado o campo de futebol de minha infância.
Ainda bem que ele sabia que eu não sabia nadar.
Somente jogar.
Tanto que jogava água em meus pés desnudos:
sem chuteira, sem meia, sem tudo.
Só areia.
Nem camisa, nem juiz, nem torcida,
nem técnico, nem técnica,
nem grama, nem grana,
nem ganância...
Tudo isso, aparente irrelevância.
Jogava, jogava e,
enquanto o sol queimava e me suava,
o mar me molhava,me lavava, me olhava,
me esverdeava, me azulava,
me ondulava, me adulava...
Só que era de areia que ele se alimentava.
Certa vez,
em seu lambe-lambe insaciável,
ele lambeu a sombra de uma Castanhola,
aquela frondosa árvore
que eu ficava olhando pela janela da escola,
que me encantava,
e sob a qual um outro grupo descansava
para jogar no segundo tempo.
Tempo?
O mar levou tudo de uma vez,
num incrível come-come de tsunami.
Mas foi exatamente nesse tempo perdido que
aprendi a mais amar.
Amar em vão, eu sei,
aqueles amores de primeira vez.
Amores que, também nascidos na sombra,
logo desapareciam,
logo como a sombra se desfariam...
Amores de primeiro beijar,
ou de somente olhar,
todos mergulhados em definitivo no fundo de um mar.
Eu não queria dizer,
mas aquela sombra testemunhou
os meus abraços,
os meus amassos e...
o meu crescer e o meu sofrer.
Resta, agora, pra relembrar,
somente
a janela da escola e um braço de mar.
Pedaços geográficos que inda ficaram,
do tudo que ele lavou e levou.
Mas essa relembrança
das coisas boas que se foram
e das que ainda estão a ondear por lá,
Rimam com amar,
Rimam com o mar.
Como farei para o odiar?
_____________________________________
Para o texto: " lembranças do mar" (T4833500)
De: Marco Rocca
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Ainda quero amar o mar...
apesar de ele, bravio,
ter arrastado o campo de futebol de minha infância.
Ainda bem que ele sabia que eu não sabia nadar.
Somente jogar.
Tanto que jogava água em meus pés desnudos:
sem chuteira, sem meia, sem tudo.
Só areia.
Nem camisa, nem juiz, nem torcida,
nem técnico, nem técnica,
nem grama, nem grana,
nem ganância...
Tudo isso, aparente irrelevância.
Jogava, jogava e,
enquanto o sol queimava e me suava,
o mar me molhava,me lavava, me olhava,
me esverdeava, me azulava,
me ondulava, me adulava...
Só que era de areia que ele se alimentava.
Certa vez,
em seu lambe-lambe insaciável,
ele lambeu a sombra de uma Castanhola,
aquela frondosa árvore
que eu ficava olhando pela janela da escola,
que me encantava,
e sob a qual um outro grupo descansava
para jogar no segundo tempo.
Tempo?
O mar levou tudo de uma vez,
num incrível come-come de tsunami.
Mas foi exatamente nesse tempo perdido que
aprendi a mais amar.
Amar em vão, eu sei,
aqueles amores de primeira vez.
Amores que, também nascidos na sombra,
logo desapareciam,
logo como a sombra se desfariam...
Amores de primeiro beijar,
ou de somente olhar,
todos mergulhados em definitivo no fundo de um mar.
Eu não queria dizer,
mas aquela sombra testemunhou
os meus abraços,
os meus amassos e...
o meu crescer e o meu sofrer.
Resta, agora, pra relembrar,
somente
a janela da escola e um braço de mar.
Pedaços geográficos que inda ficaram,
do tudo que ele lavou e levou.
Mas essa relembrança
das coisas boas que se foram
e das que ainda estão a ondear por lá,
Rimam com amar,
Rimam com o mar.
Como farei para o odiar?
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Para o texto: " lembranças do mar" (T4833500)
De: Marco Rocca
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