A Noite o Dia Tece.
Acontece...
Acontece! Já é fim de tarde
Ela, vindo de mansinho,
É uma noite tão moça
Seduzindo aos pouquinhos.
Anoitece...! Aves fogem do relento
Nas árvores buscam guarida
Em chilrear barulhentos
Sob o ar frio cinzento,
As primevas seduzidas.
A vida no vale se apaga
Quase tudo, tudo, adormece.
Outras criaturas se vão
Algumas vêm vê-la passar:
O mocho, a raposa, a gambá...
Ao longe, uma velha choupana,
Entre varonis... Pinheirais
Bem lá... Na beirada do rio...
Brotam fumaças branquinhas
Contrastando pelo ar.
O matuto dispõe lamparinas,
E as acha na lareira
Desperta chamas pequeninas
Que na escuridão vêm brincar
Imitando estrelas tímidas
Que já encetam o brilhar.
É noite, é noite, é à noite...
Logo, logo, há de passar,
Novo dia há de ser...
Musa de breu, negro cetim,
Macambúzia chega ao fim
Terminando em maldizer
O sol amarelecido
O brilho pálido da manhã,
Nessa hora tão bebê.
Não sabendo ela, a noite,
Que o dia vem lhe tecer.