OUTONO

Vem chegando e o calor se atenua.

A brisa suave vai despindo as folhas,

Da árvore generosa e a sombra se esvai,

Restando o tronco destituído de vaidades.

É a metamorfose para uma nova estação,

E a natureza se prepara para hibernar,

Sendo o outono preparatório para o inverno,

Quando então todos dormem em silêncio.

As folhas murchas caem formando um tapete,

Suave para não machucar os pés descalços,

Do caboclo que vai andando em silêncio,

Procurando onde canta suave o passarinho.

As flores se entristecem perdendo seus perfumes,

Que espalhavam na mata virgem no alvorecer,

E a brisa vinha buscar para levar até os campos,

Aguardando a noite serena que vinha devagar.

Adormece o tronco para revigorar suas forças,

Sabendo que o inverno é rigoroso e necessário,

Matando as pragas que causam enfermidades,

Para que na primavera tudo então se regenere.

É a estação onde se calam todos os sons,

Até a cachoeira acalma e despenca mais suave,

Perdendo o vigor que o verão traz com as chuvas,

E seu volume vai diminuindo até quase se extinguir.

Outono, a estação do silêncio e das cores apagadas,

Que vai se preparando devagar perdendo até vaidades,

Para que após o hibernar do inverno inclemente,

Se vista engalanada de folhas verdes e flores lindas.

05-04-2013