“OLHA ESTAS VELHAS ÁRVORES”

(Que árvores, onde estão?)

Na revista, numa fotografia.

Lembranças mortas, num papel sem cores.

Tão antigas e tão belas foram um dia,

Tão frescas e tão perfumadas de flores.

Frutos maduros, derribados em lanços.

Galhos folhosos que passarinhos abrigavam.

Sombras preguiçosas seduzindo ao descanso,

Feras e homens, que por ali passavam.

Saudosas árvores, majestosos carvalhos,

Que ao pé brincavam crianças inocentes,

Quisera poder voltar à minha infância,

Brincar novamente sob seus frondosos galhos.

Hoje sou um infeliz, um pobre vivente.

Nem árvores tenho, só concreto e lembranças.