A cerejeira em flor é assim

Quem de nós despir-se-ia por nada em troca verdadeiramente

Como no outono a árvore se faz sem deixar sobrar uma folha se quer

Quem de nós lançaria ao sabor do vento sua semente

Como a natureza faz nos revelando homem ou mulher?

De onde tiraríamos forças pra correr tal qual o rio quando sai da nascente

Que vem manso e sorrateiramente torna-se voraz vazando do leito

Quem dera sermos capazes de dominar algo tão intenso e imponente

Quem dera sermos capazes de controlar o que trazemos no peito?

Quisera eu poder um dia ser tal qual a cerejeira em flor

Cuja vida é intensa e curta como a de um guerreiro samurai

Mas enquanto viva e florida, traz belezas e representa o amor

E ao toque do vento se desmancha, voa, se vai...

Quisera eu enfeitar os dias de alguém que me queira bem

Como as flores fazem com as ruas, os parques e o nosso jardim

Ser a água das chuvas que lava a terra e nossas mágoas coíbem

Levando a tristeza e revelando o amor escondido em mim.

Quem me dera ser a cerejeira em flor pra lembrar o amor verdadeiro

Esperar o vento certo e viver cada dia como se não houvesse amanhã

Ser do bem e da esperança um fiel e estimado escudeiro

E mesmo caindo, morrendo a cada verão, voltar no outono, ser talismã...

JanaAlves
Enviado por JanaAlves em 15/04/2012
Reeditado em 26/05/2013
Código do texto: T3614103
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