ENLEVO
Que singeleza nos cantos
Que forma a grande orquestra
Todas as tarde há concerto
Gazeando o passaredo
Na natureza em festa
Sons e odores perfumados
Harmonia em multicores
Zumbidos, silvos gorjeios
Pássaros em veraneios
Sob o enlevo das flores
Girando pólen, por pólen
Margaridas, violetas
Rubras, douradas ou negras
Por gramadas trepadeiras
Nas orquídeas nas roseiras
As mais lindas borboletas
Magia dos beija-flores
Polinizando os jardins
Num vai e vem de colores
Na fragrância e nos sabores
Dos flamboians e jasmins
Nas folhagens ou nos antúrios
Joaninhas e vagalumes
Acasalam-se ao perfume
Perpetuando a espécie
Num louvor à natureza
Que ao criador enaltece.
(Idal Coutinho janeiro 1991)