DE QUEM É A FESTA?
O bolo foi servido.
Velinhas não fazem falta.
Pudera! São muitas...
Afinal, tantas luzes são acesas
que até ficam esquecidas
diante das demais belezas.
Será que quem aniversaria
foi esquecido
ou se sente renascido
em cada gesto de amor?
Seria demais
esse nosso calor?
Seria vã a prece de gratidão,
a lágrima, a emoção?
Teria desmérito
o gesto de caridade,
mesmo que fosse num dia só?
Pois que haja apenas um dia
em que a máquina"homem"
seja desligada
das ambições quotidianas,
das ações levianas,
das palavras profanas...
Que haja esse dia
de comunhão e euforia.
Que seja um só
(se assim for preciso)
pois as emanações
dos votos em comum
de paz e harmonia
podem se propagar
por mais um dia...
Quem sabe amenizem
a dor de um coração carente,
o sofrimento do doente,
as perdas, as aflições,
as mágoas, as decepções...
Quem sabe
se coloca nesse dia
riso e alegria
no peito de quem está partindo
ou traga para perto
aquele que está distante,
ou ainda nos faça pensar
em renovar,
em aprimorar virtudes,
corrigir defeitos,
olhar para o nosso interior
e perceber que aquilo
que criticamos nos demais
nada mais é
do que reflexo
das nossas próprias deficiências.
Nem que seja por um dia,
decrete trégua...
Faça festa para quem merece.
Feliz Natal!
SP, 13/12/2005
11:30 horas