ESTUDO DE NATAL
Elejo-me, sofrido de tudo,
o Sísifo pensador.
Construo, construo,
e a cada vez que paro,
reflexivo,
o construído é um monturo de algodão.
Trenós ocultos na Terra,
nas abóbadas imaginárias
Noel corre caracois de nuvens.
Sempre que estudo a Poesia,
encolho.
Feito um desses metros de cacos
engolidos dentro da trena.
Natal seria apenas um saco
e uma carreta de renas
correndo a invernia?
Sempre que estudo a Poesia,
escolho: e
neste encaixe
enclausura-se
a largueza das descobertas.
– Do livro FORÇA CENTRÍFUGA. Porto Alegre: ed. Porto Alegre, 2ª ed., 1979, p. 55. (texto revisado)
http://www.recantodasletras.com.br/natal/2016862