MAIS UM NATAL
Quase dois mil Natais e sempre a mesa lauta
de César e Caifás, do Pretório assente.
Sempre o infortúnio antigo, a fome permanente
que à maioria aterra.
Onde estarão a Estrela e os Magos do Oriente,
o pastor e o cordeiro, os cânticos, a flauta?
E os de boa vontade, a gente simples, cauta,
chamada à paz na terra?
Sinos, incenso, mirra, o Cristo confundido,
os séculos olhando o mundo repartido
ente a fortuna e o nada...
Oh!, os de boa vontade, onde, em tanto Natal,
que não repartem nunca o incenso e o capital
para a Nova Alvorada!