A morte chega sem pedir opinião. Sem pedir quem está no chão.

O fim quando está próximo, os dias bons começam a aflorar; a enganar quem pensa que está bem. Mas não está. Nós é que não sabemos.

A fragilidade da vida é tão quão é fragilidade do fim. A vida pode segurar por muito tempo o tempo da morte. Ela pode ser a aparência enganosa dos enganos que acreditamos ser.

Sou humano, diz a vida. Sou engano, diz a morte. Somos duas faces de uma face só. Sou eu.

Tudo pode se agravar a qualquer momento; os momentos se sucedem misturados entre os bons e os maus, não sabemos, não conseguimos ver. Eles vêm. Vem sem medo. Hoje falo, amanhã calo. Hoje calo para amanhã.

Não tenhamos medo, tenhamos pressa. Alguém pode estar indo sem se despedir, pois muitas vezes não temos esse direito. Você pode falar com alguém que parte parada, bem ali na sua frente. As datas são marcadas, mas por quem? É tudo tão incerto, incerto de doer a certeza sem saber.   

ECruz
Enviado por ECruz em 05/06/2024
Código do texto: T8079315
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