Germe
Das profundas amarguras o germe veio te buscar
Um parasita infernal que do lixo subiu ao seu altar.
Em palavras bonitas ele consegue te conquistar,
A beleza dele te fez estrangular
Qualquer resquício de sensatez.
Do sublime à mixaria, ele dilacerou sua mesquinhez:
Sua vida agora permanece no perene alívio,
Uma oração sem resposta, apenas seu suplício.
Germe se sente satisfeito, por mais vazio que sinta
Buscando na lâmina um corte que finca.
Justifica tudo em nome da catarse.
A lei da mão esquerda: catarse de liberdade.
Há diversos germes que não serão desinfectados
E nas sombras da morte a canção dos massacrados.