Último ato sobre o horizonte

Lembro bem,

quando embaixo,

quis estar em cima

No topo, de um alto

distante, sobre nuvens

cinzas e calmas

Sentia o ar gélido

tocar meu corpo

com seus dedos

invisíveis

e

suaves

Observando, sem

superioridade, sem

vontade de vencer

Voar era impossível,

mas sentia que podia

Sentir, nesse momento,

não pareceu tão horrível

Eu estava me misturando

com o vento

A tempestade em

minha mente

era maior do que

qualquer outra

que ocupasse os céus

naquele breve instante

Sobre o topo da

torre que se erguia

e me erguia

Pulei, e os sons

da tempestade,

antes dentro de

minha cabeça,

agora podiam

ser ouvidos no horizonte

sem cor

Os espectadores

viram um ponto

branco cair sobre

o concreto frio

e pintar a minha

última obra de arte

Tiraram algumas fotos

e seguiram seu caminho

Guilherme Coelho
Enviado por Guilherme Coelho em 23/05/2022
Código do texto: T7522148
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