Último ato sobre o horizonte
Lembro bem,
quando embaixo,
quis estar em cima
No topo, de um alto
distante, sobre nuvens
cinzas e calmas
Sentia o ar gélido
tocar meu corpo
com seus dedos
invisíveis
e
suaves
Observando, sem
superioridade, sem
vontade de vencer
Voar era impossível,
mas sentia que podia
Sentir, nesse momento,
não pareceu tão horrível
Eu estava me misturando
com o vento
A tempestade em
minha mente
era maior do que
qualquer outra
que ocupasse os céus
naquele breve instante
Sobre o topo da
torre que se erguia
e me erguia
Pulei, e os sons
da tempestade,
antes dentro de
minha cabeça,
agora podiam
ser ouvidos no horizonte
sem cor
Os espectadores
viram um ponto
branco cair sobre
o concreto frio
e pintar a minha
última obra de arte
Tiraram algumas fotos
e seguiram seu caminho