Do tempo em que me eram as dúvidas
Qual dúvida que me resta,
Ou, restara, feliz eu
Do tempo em que me eram as dúvidas
Incertezas de um futuro,
E na barriga o frio.
Indiferente jaz
Desde que as dúvidas não são mais
Que nem me esfrio
Ou menos me aqueço
Só observo…
Com toda certeza do fim.
Eu sinto que minha vida se esvaiu
Entre os dedos, como areia
Do tempo que me eram as dúvidas,
E eu brincava na areia.
O que eu sou hoje
É o que diziam
Do tempo que me eram as dúvidas
“-um grande visor que irá repassar toda sua vida diante de ti. Saudade, talvez culpa e um tanto de desejo de reviver.”
Morri!
Quando perdi meus entes
Desde o tempo em que me é a certeza
E sei que breve,
Morrerei outras tantas vezes.