Fins
Eu vejo o fim de todos
Cai a última folha seca de Asvattha
E não há nada mais triste que o fim.
Os olhares caídos
Os passos fora de sincronia
A pele enrugada
Os poucos cabelos
A mente falha
O cansaço da alma,
Do corpo…
O sol há de nascer novo
E novos dias virão
Mas o que não te disseram
É que depois da infância não há alegria
Nem esses dias
É tudo questão de perdas
O tempo é regressivo
Eu não vejo a vida com meus olhos de criança.
Eu vivo os finais alheios
Ao quais mais sinto do que meu próprio
Que de tanto que se findam, o anseio.
Eu sou um broto de rosa que do broto
Murchou.
Enfim, não é tão triste
Quando minha sanidade se esvaia
Quando eu
Quando eu esforço em esquecer
E minha mente falha
Meus olhares caem
Meus passos desalinham
Minha pele enruga
Meus cabelos caem
Eu estou cansado
Não há nada mais triste que o fim
E me findo.