A Paz que eu não tenho

Não há sinto, não a encontro

A paz que eu preciso tanto

Parece distante, infinitamente afastada

E hoje que o dia parece feliz

Sinto falta de paz, perdi o encanto

Se ontem o peso do mundo me massacrava

Hoje preciso de um diálogo amigável

Onde eu possa falar dessa dor palpável

E sem rodeios desabafar com um amigo

Parece um dia, onde a felicidade ia chegar

Um dia que estaria entre os que amo

Mas, lá no fundo, dentro do meu ser

Dentro de diversos sentimentos

Não consigo nenhum pouco sossegar

É uma inquietação tamanha

Que não consigo na introspecção calar

A paz, sim, ela me faz imensa falta

E as horas passam e sou assolado pela escuridão

Sim, tenho um lado obscuro, um vale de desolação

E não encontro um ombro amigo

Nem um estranho que queira me escutar

E se a paz continuar assim me faltando

Temo que taças de tristeza venham me embriagar

E talvez na correnteza desses sentimentos

Eu possa desesperadamente me afogar

Talvez você que me leia a essa altura

Tente estender a sua generosa mão

Sem paz temo viajar ao mundo da loucura

E temo mais ainda tirar minha vida como solução

Sei que pode parecer desespero, desilusão

Mas é, é desespero e sincera essa emoção

Sem a paz me invadindo por dentro

A vida me atropela e me mutila com força

Toda paz que eu preciso nesse momento

É paz que que me assossegue os sentimentos

Pois mesmo o dia parecendo feliz

A vida parece que vai de alguma forma acabar

Verdade, a vida acaba e tudo passa

E agora sem significado e sem graça

Eu temo que não consiga sobreviver

E quem sabe com um impulso forte

Eu venha mesmo desistir, que a vida me faça morrer

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 25/07/2020
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