Morte

Morte

Por que está me levando?

Eu espero no meu canto

Sem ter o que fazer

Morte

Dona de todo pranto

Do indivíduo e do rebanho

Eu não tenho o que temer

Dona Morte

No vento que soprava

No fogo que aquecia

Na terra que eu brincava

Na água que eu bebia

Morte

Lhe espero como amante

Com uma alma toda errante

Lhe darei algum prazer

Morte

Está me ouvindo?

Estou seguindo o caminho

E espero lhe receber

Dona morte

Não pensa em família

Se era triste ou ou se ria

Se era rico ou se era pobre

Se era plebeu ou se era nobre

Morte

De corpo escultural

Nem do bem e nem do mal

Apenas fazendo o trabalho

Morte

De batom avermelhado

Cabelo jogado ao lado

Eu espero lhe beijar

Dona morte

Não pensa em maldade

Em velhice ou mocidade

Religião ou oração

Julgamento ou perdão

Ela só quer um beijo e você

Não pode recusar

Dê um pouco de prazer

E ela irá lhe amar

Morte

No céu estrelado

No mar inexplorado

Em todos lugares

Morte

Sorrindo sabiamente

Zombando das ofensas

Que fazemos ao diferente

Bruno Alme
Enviado por Bruno Alme em 14/05/2020
Código do texto: T6947466
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