Elegia - Partida da Flor I

À W. C. da eterna e pequena F. S.

No jardim vagastes,

Perscrutando tua singela Flor

Incensou plena saudade

Entre os longínquos campos a tua dor

Tua alma recendente

Estremeceu e pálido paralisou

Afugentou-se todo o esverdeado

Convertendo em cinzas a tua Flor

Sem encontrar a tua pequenina

Cansado adormecestes sobre o solo

No despertar o frio dissipou

Querendo congelar o teu coração

As florzinhas que permaneceram

Era a força de teus dias terrestres

Emanavam a força

Irradiavam plena beleza

Destilavam tua dor

Na inocência do sorriso

Tuas florzinhas fortificaram-te

Embelezaram a tua vida

Envolvendo-te de paz

Acalmando a tua dor

Quando teu peito dilatar

Não permitas destalhar-te

Se o ar sufocar-te

Que não te asfixie

E quando os rios jorarrem

Permitais escoarem pela face

Mas se transbordarem

Que não te afogues

Um dia olharás para o campo

E verás quão solitário ficastes

Aquela Flor era a magnificência

Era, foi e será o teu esplendor

Cuida das outras florzinhas

Rega-as, alimenta, protege

É no teu regaço que elas adormecem

E em teu coração encontram alento

Um dia quando olhares o céu

Verás o curso da natureza fluindo

O sol aquecendo o solo do campo

E as cinzas dissipando pelos ares

Sentirás o rugir do vento dançando

Acariciando suavemente a face

Teus olhos contemplarão

O belo cantar dos pássaros

Entoando delicadamente a paz

Encantando-te para a vida

Tuas florzinhas crescerão

Embelezando o teu jardim

Recobrirão o solo em vida

Renascendo a esperança

Teus pés não estarão pesados

E andarás pelas estradas levemente

Os rios encontrarão o percurso

E desembocarão em direção ao mar.

Lorena Borba
Enviado por Lorena Borba em 23/04/2020
Reeditado em 23/04/2020
Código do texto: T6926392
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