Elegia - Partida da Flor I
À W. C. da eterna e pequena F. S.
No jardim vagastes,
Perscrutando tua singela Flor
Incensou plena saudade
Entre os longínquos campos a tua dor
Tua alma recendente
Estremeceu e pálido paralisou
Afugentou-se todo o esverdeado
Convertendo em cinzas a tua Flor
Sem encontrar a tua pequenina
Cansado adormecestes sobre o solo
No despertar o frio dissipou
Querendo congelar o teu coração
As florzinhas que permaneceram
Era a força de teus dias terrestres
Emanavam a força
Irradiavam plena beleza
Destilavam tua dor
Na inocência do sorriso
Tuas florzinhas fortificaram-te
Embelezaram a tua vida
Envolvendo-te de paz
Acalmando a tua dor
Quando teu peito dilatar
Não permitas destalhar-te
Se o ar sufocar-te
Que não te asfixie
E quando os rios jorarrem
Permitais escoarem pela face
Mas se transbordarem
Que não te afogues
Um dia olharás para o campo
E verás quão solitário ficastes
Aquela Flor era a magnificência
Era, foi e será o teu esplendor
Cuida das outras florzinhas
Rega-as, alimenta, protege
É no teu regaço que elas adormecem
E em teu coração encontram alento
Um dia quando olhares o céu
Verás o curso da natureza fluindo
O sol aquecendo o solo do campo
E as cinzas dissipando pelos ares
Sentirás o rugir do vento dançando
Acariciando suavemente a face
Teus olhos contemplarão
O belo cantar dos pássaros
Entoando delicadamente a paz
Encantando-te para a vida
Tuas florzinhas crescerão
Embelezando o teu jardim
Recobrirão o solo em vida
Renascendo a esperança
Teus pés não estarão pesados
E andarás pelas estradas levemente
Os rios encontrarão o percurso
E desembocarão em direção ao mar.