Mortes

Minha primeira morte

foi sufocado nas travessas

das camas em suores asmáticos

de infância.

A segunda em outro leito, de rio,

afogado em águas de barro na curva à direita do contorno.

A terceira num ventre amarrotado de carro, película de metal em outra curva e pastos.

A quarta, ainda não ressuscitada,

foi quando deixamos de tomar limonada suíça em almoços paulistas.

É minha melhor memória dessa morte:

Sem açúcar, por favor...