Morte: Amiga Desconhecida
Oh, Dona morte! Tão perto, tão infame
Tu nunca és esperada pelos outros,
Sabem eles que tu causas imensa dor,
Oh, Dona morte! Porque o desamor?
Por todos ignorada, menosprezada,
Oh! Dona Morte, tens tu, misericórdia?
Escolhe a quem levar por pena ou dó?
Tu a faz descansar quando volta ao pó?
Oh, Dona Morte! Os cansados te desejam,
Os feridos e machucados te esperam,
Garantirás mesmo a eles um belo recanto,
Ou os enganarás e levarás ao vil e espinhoso manto?
Oh, Dona Morte! Muitos te desejam e poucos te conhecem
Um sonho! Um diálogo com a morte!
Te aguardam com grande medo de ti,
Poderás dar ao menos um sinal de sorte?
Eu não sei o que eu digo, Dona Morte!
Mas tu és algo escuro e obscuro,
Como posso acreditar na tua sã bondade,
Ou, te pedir para levar minha outra parte?
Queria te conhecer e avisar a quem te chama,
A onde levarás os cansados e oprimidos?
Salvarás teus amigos com a ponta da tua foice?
Ou toda tua história é uma mentira sem sentido?
Oh, Dona Morte! Quem acredita no bem ou no mal,
Diz tu que tem seu destino intensos e distintos,
Vai! Dona Morte! Tira-os da lástima e condolência,
Te agradecemos se os levarem ao descanso infinito.