Morte: Amiga Desconhecida

Oh, Dona morte! Tão perto, tão infame

Tu nunca és esperada pelos outros,

Sabem eles que tu causas imensa dor,

Oh, Dona morte! Porque o desamor?

Por todos ignorada, menosprezada,

Oh! Dona Morte, tens tu, misericórdia?

Escolhe a quem levar por pena ou dó?

Tu a faz descansar quando volta ao pó?

Oh, Dona Morte! Os cansados te desejam,

Os feridos e machucados te esperam,

Garantirás mesmo a eles um belo recanto,

Ou os enganarás e levarás ao vil e espinhoso manto?

Oh, Dona Morte! Muitos te desejam e poucos te conhecem

Um sonho! Um diálogo com a morte!

Te aguardam com grande medo de ti,

Poderás dar ao menos um sinal de sorte?

Eu não sei o que eu digo, Dona Morte!

Mas tu és algo escuro e obscuro,

Como posso acreditar na tua sã bondade,

Ou, te pedir para levar minha outra parte?

Queria te conhecer e avisar a quem te chama,

A onde levarás os cansados e oprimidos?

Salvarás teus amigos com a ponta da tua foice?

Ou toda tua história é uma mentira sem sentido?

Oh, Dona Morte! Quem acredita no bem ou no mal,

Diz tu que tem seu destino intensos e distintos,

Vai! Dona Morte! Tira-os da lástima e condolência,

Te agradecemos se os levarem ao descanso infinito.

Samuel Oliveira da Costa
Enviado por Samuel Oliveira da Costa em 05/12/2019
Reeditado em 05/12/2019
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