Decantação da Morte

Eu sou o flanar silente,

Deixo - te ébrio em desventura.

Sou o seu brado algente,

Amortalhado na lágrima da agrura.

No silamento do seu pensar,

Eu segredo o debalde porvir flavo.

No cingir do seu tetro cismar,

Deixo no seu ermo ínfimo, alento!

Desvelo no feral luto,

O epílogo do seu sofrimento.

Levo lufadas ao Dédalo do seu lamento,

Deito - me sob granito...

Anelo nesse catre álgido de dolência,

Oscular o seu flébil íntimo.

No esmaecer onírico da deletéria matéria,

Eu abarco o último eflúvio do seu tempo.

Em II de julho de MMXVIII. E. V.

Dies lunae.

Marvyn Castilho
Enviado por Marvyn Castilho em 26/11/2019
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