Diário de um Fantasma

Pois é, quem diria que nessa altura da minha existência eu viria a relatar meus pecados.

Digo existência por viver este dilema, as vezes existir não é sinal de vitalidade, até porque quem lhes escreve já não faz mais parte dessa realidade.

Meu nome não é Jonny (essa frase cabe em toda apresentação) costumava ser David Linner, mas com o tempo todos esqueceram, até eu já não faço mais essa apropriação, mas como um depressivo consciente, perder a identidade é o ultimo estágio da depravação.

Decidi relatar a minha história, agora parece fazer mais sentido.

A vivência é o que costuma trazer experiência mas o relato de um morto ninguem nunca leu, não que tenha sido escrito depois de haver morrido. Poderia eu contactar algum médium, alguns podem ter a escrita melhor do que eu, mas não vem ao caso..

a fila pelo contato é demorado, existem vários espiritos desesperados buscando falar com os vivos do outro lado. Então como tenho a eternidade livre para livrar-me do meu peso existencial.

Escreverei de próprio punho, farei dos vossos olhos meus rascunhos...

Diário de um fantasma
Enviado por Diário de um fantasma em 07/11/2019
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