Um amor para recordar
Seu sorriso, que outrora,
se abria como um lírio na primavera
Agora era uma máscara fria e desbotada
Seus olhos, que brilhavam
como as estrelas no céu
Agora estão tristes, perdidos no vazio
Sua voz, acordes maviosos
Perdeu o timbre e a sonoridade.
Foi o tempo - sempre ele - cobriu de neve seus cabelos
Um carrasco, que tirou de ti toda beleza,
mudando o belo cenário
Ah... Mas sua beleza interior
esta permanece, intocada.
Se o peso dos anos tornou-se um martírio
nesses abismos malditos, insondáveis...
Conservou sua alma virtuosa em plácida harmonia.
E assim, perdido, eu assistia a sua agonia
Enquanto as horas se arrastavam
Pesadas, macabras...
Como nuvens penduradas no varal do firmamento,
Vagas e tristes
E num repente, reuniu forças para dizer
Numa voz de choro represado:
Te amo !
Reprimi um choro convulso
Que explodiu em gritos
Ecoando nos confins da noite.
Com a alma trajando luto
Queria que lhe voltasse a vida
Mas o seu olhar era de adeus,
Dançando nos braços da morte.
Até que fechou os olhos,
Para sempre...
Edir Araujo
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ISBN 978-85-913565-2-2