Barqueiro
Navegando pelas águas negras, converso com o barqueiro. Coronte me conta sobre a doçura amarga da travessia; o desespero das almas perdidas; o divagar de quem não se deu conta da morte; o choro sofrido dos condenados; a risada, ainda mais tortuosa, dos que regozijam-se no Campo dos Elísios. Ali, cercada pela morte, pergunto-me para qual lado o barco vai. Vago eternamente no limbo dos esquecidos.