Último Poema
Eu não sei o que há em mim
que preenche todo o meu Ser:
é triste, vazio, ruim
e é ruína, é morrer.
Não sei! Antes de adormecer
sou vencido por todas memórias
que um dia eu amei - você -
sufoca, tortura, me derrota...
O que vivi faz de mim idiota;
O que senti faz de mim um vilão:
quis apagar toda essa história,
desejei do fundo do meu coração.
Clamei à morte em cada oração,
pois nunca poderia me reparar;
Eu tentei morrer - ou vivi em vão -
vi minha tristeza no seu olhar.
Me perdi, ingênuo, não vou negar
nas mentiras que dissemos um ao outro;
o que fizemos, eu quis apagar,
porque amar sozinho é ser louco.
Mas se eu pudesse pensar um pouco,
se pudesse então voltar atrás,
faria o mesmo: seria louco
e um dos seus suicidas a mais.
Eu te culpo por tudo o que faz.
Por toda essa morte em mim.
E eu te amo ainda mais
por ter-me feito morrer assim:
Apaixonado e estético;
Jovem e escravo da dor;
porque nada é mais poético
do que morrer de amor.