Último Poema

Eu não sei o que há em mim

que preenche todo o meu Ser:

é triste, vazio, ruim

e é ruína, é morrer.

Não sei! Antes de adormecer

sou vencido por todas memórias

que um dia eu amei - você -

sufoca, tortura, me derrota...

O que vivi faz de mim idiota;

O que senti faz de mim um vilão:

quis apagar toda essa história,

desejei do fundo do meu coração.

Clamei à morte em cada oração,

pois nunca poderia me reparar;

Eu tentei morrer - ou vivi em vão -

vi minha tristeza no seu olhar.

Me perdi, ingênuo, não vou negar

nas mentiras que dissemos um ao outro;

o que fizemos, eu quis apagar,

porque amar sozinho é ser louco.

Mas se eu pudesse pensar um pouco,

se pudesse então voltar atrás,

faria o mesmo: seria louco

e um dos seus suicidas a mais.

Eu te culpo por tudo o que faz.

Por toda essa morte em mim.

E eu te amo ainda mais

por ter-me feito morrer assim:

Apaixonado e estético;

Jovem e escravo da dor;

porque nada é mais poético

do que morrer de amor.

Lucas Häkkan
Enviado por Lucas Häkkan em 20/07/2019
Código do texto: T6700612
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