Desascensão

Relegado à constelação de Amalteia,

bailando ao sonido d’um espectro só.

No sussurrar descarnado do eu que hasteia

pelo pescoço à mercê do bondoso nó.

Corda que me finda da infinda algia,

e para longe do amargor me reintegra.

Forca - símbolo de minha demiurgia...

...ínfera vida mortal que enfim anegra.

Mas quão pérfido fantasiar à mente orvalha.

Tão pronto a marca dos derrotados em mim se entalha

por Janus a decretar-me o reinício no Inferno...

...onde me prostro ante ao severo, perpétuo inverno

em ver d’outro lado a amada mãe no prantear eterno

pelo sucumbido resto meu sob a mortalha.

Vinícius Alvarenga
Enviado por Vinícius Alvarenga em 04/06/2019
Código do texto: T6664953
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