Vida, Alegrias! Vida, Sangrias! 
 
Mais um dia de lágrimas, mais um dia...  
Até quando irei chorar?  
Não passei de um nômade na sua vão imaginação.  
 
Brincou o quanto pode com os meus sentimentos. 
Sem nenhuma compaixão. 
Senti e vi pela primeira vez  
A sangria no meu coração.  
 
Se iludir pessoas te sustenta, ser iludido me destrói.  
Se iludir pessoas te traz vida, ser iludido me traz morte.  
Se iludir pessoas te traz alegrias, em mim faz sangrias.  
Se iludir pessoas te exulta, a mim me sepulta.  
Os que com arte tentam ludibriar-me  
Sepultar-se-ão sem lápide,  
A mais de dois mil metros de profundidade.  
 
A evolução planetária me assusta. 
A morte é carnívora, e ainda não está farta.
A morte é a visão do inferno. 
 
Uma enorme nuvem negra  
Carregada de sangue me segue, incessantemente,
Tento fugir, mas a nuvem negra toma todo o céu.
Então, para onde fugir? 
 
E a nuvem vem ao meu encontro,  
Como um monstro sedento, 
Abaixo-me, achando que posso fugir, 
É uma nuvem, mas parece uma grande fera. 
O medo é a única coisa que resta em mim, 
Para mim tudo na minha vida se acabou,  
Meu corpo todo dói, 
 
Começa a chuva de sangue  
E altos trovões impetuosos,   
Não há parte no meu corpo  
Que não esteja encharcado de sangue, 
  
Não consigo mais abrir os olhos,  
Pois estão encobertos de sangue,  
E não para de chover,
Chove cada vez mais forte, à minha volta forma-se um oceano sangrento. 
  
A sangria já está na altura da minha cintura, 
Com pouco tempo estará na altura do meu pescoço,  
Logo depois eu não enxergarei nada. 
 
Ah! Quanto medo, quanta dor.   
Não consigo enxergar mais nada. A angústia é tanta que adormeço  
Envolto a terríveis pesadelos. 
 
Assim fiquei um tempo infinito...  a miha alma se desenlaçando 
Porém, um simples detalhe despertou-me para a vida,
É que acordei nos braços do meu redentor.  
Jesus Cristo, meu Senhor. 

Escrita em Janeiro de 2006, São Paulo.