Poesia da noite
A luz que existia no dia
Se desfez com o fim desse dia
Então se fez noite
Tudo o que existia
Ganhava forma a luz do luar
As luzes da cidade
De todo o canteiro e de todo cangaço
Ganhavam novo sentido
Tudo era tremulado e abafado
Mais no meio disso tudo
Tinha uma lógica
Uma nova nitidez e várias respostas
A caatinga favorecia a penumbra
Anunciava a morte que ainda perambula
Que sedenta procura a ceifar a vida
Do pobre miserável
Que morreu de seca.
O jogo de ir e vir
Balançava e guiava a noite
A inexatidão
A falta de vida
A rua escondida
Proporcionava uma nova temática
Para a escuridão.
Não existe só morte na escuridão
Existe trevas e solidão
Dor e falta de consolação
Amor e redenção.