Mácula
Arquitetaram arranha-céus nas sensações,
miragens do horizonte, vitimadas em crime premeditado,
sombras que se agigantam com feições tétricas
passado, presente e futuro, desarranjo repentino.
O sol refugiado em outros céus,
o céu predestinado a dura sina.
E quem ensina que a vida é metáfora?
Que ver, viver, não basta,
senão que cavar outras interpretações.
À luz das entrelinhas, se queima mesquinharias,
consome apatias fodidas,
alenta utopias.
Além das entrelinhas,
estrelas de um céu que não dorme,
removem montanhas.
Insanas!
Vale a pena?
Tempo é coisa tão efêmera!