Pontes atraentes

PONTES ATRAENTES

(Primeira parte)

Ao acordar o dia estava mais escuro

Chovia fora e dentro dela

Como se as dores pensando no futuro

Fossem gotas na janela

Nesse dia tudo estava diferente

Como se um dia lá na frente

Nada pudesse mudar

Nenhum dia havia sido como este

Nem o sol nem o céu

Que outrora claro e com nuvens de mel

Os seus pés do chão poderiam tirar

A decisão já havia sido tomada

Com os pés na beira da escada

A partida ela tramava

Sua mente a pedia para da sua vida se livrar

Talvez já soubesse até como e quando seria

Mais ainda sim esperaria

O milagre que viria

Da sua cabeça aquela idéia tirar

Se arrumou para morrer

Como para sair nunca havia

Fotos e recordações

Eram somente dores da agônia

Mas porque medo da morte

Se apenas no convívio alegria nao teria

Ja estava morta por dentro e em todo momento

Era assim que se sentia

Era apenas uma carcaça, um zumbi de carapaça

Ou uma alma penada ,penalizada, ultrapassada

Mentalmente abusada

Que garota esquisita! com uma dor infinita

Chorando todo momento,esquecida pelo tempo

No seu rosto batia o vento mas a sensação nao sentia

Por perto ninguem a queria e por dentro ja sofria a decisão que tomaria

Escolheu a covardia,novos caminhos não trilharia

E por mais difícil que seria em frente ela não iria

Na carteira ainda guarda o ingresso do cinema

O bolão da mega sena

Esperando a sorte mudar

Uma música alto no ouvido

Pois seu prorpio zumbido nao queria escutar

Dor,pavor,odio e rancor são alguns dos sentimentos

Que viviam ali dentro esperando a negra alma cultivar

Na mente a lembrança

De que mesmo quando criança

Esperança ali não conseguiu morar

Na rua da amargura

Sua vida sempre escura

Nao poderia mais incomodar

O Milagre que esperou

A tempo nao chegou

Com o seus demonios ela lutou

Para de idéia mudar

A sentença ela recebeu ,

felicidade que jamais conheceu

Agora e sempre lhe fazia chorar

Olhos sempre umidos ,coração acelerado

Em sua mente ja tinha um culpado

Por sua vida querer ceifar

Nem sorvetes nem frutas

Nem passeios só lutas

Sempre em guerra com a sua mente aflita

O mal a agita para enfim poder a matar

Pontes atraentes,no pescoço a corrente

Olhava para si para dali poder se lançar

Queda livre em um segundo

Conheceu o submundo

Seu coração de dor era tão profundo

Que nem na mente podia sonhar

Olho bem vermelho e até mesmo seu espelho

Contra ela iria lutar

Guerra perdida ,é carcere não vida

Por dentro era assim que ela estava

E em casa com as janelas tracadas

A morte somente a observava

De rancor e furia chorou

Pois nem na morte encontrou a paz que precisava

Nem a morte a quis e no mundo infeliz presa ela estava

C ANICETO

C ANICETO
Enviado por C ANICETO em 30/12/2017
Reeditado em 07/01/2018
Código do texto: T6212548
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