A MORTE
Silêncio da vida,
Viagem, partida.
Prova de destruição
Do que está no Universo.
Há os que a conhecem,
Outros nem a vida
Puderam conhecer:
Viajaram, partiram cedo!
Após o término da vida,
Não importa mais o destino
Do meu corpo. Acabou!
Agora, sou só um cadáver.
Amanhã nem cadáver
Serei mais; só osso...
Inumem-me, cremem-me
Ou emergem em alto mar.
Porém, aos amigos desse peito,
Que já sem coração ativo,
Rogo, peço: não chorem!
Pois, um dia, estaremos juntos
Em um outro lugar!!!
Ah! Esse lugar
Que nem seu onde é.
Ah! Esse lugar
Que vou com minha fé.
Se vivo ainda estivesse
Saudades teria do conforto,
Pois esse caixão é tão apertado,
É sinistro, é o último lugar
Onde desejaria estar.
Porém, viajo, parto feliz
Pelos pais que tive,
Pelos irmãos que conheci,
Pelas mulheres que amei,
Pelas pessoas que, consigo,
Levarão a lembrança
Desse ombro amigo.
Meu corpo está deitado,
Meus gestos adormecidos;
Mas minhas poesias
Estarão sempre de pé,
Estarão sempre acordadas
Para os que as admiram.
Da vida que tive
Não levo coisa alguma,
Salvo a cultura e a esperança
De, um dia, retornar
A esse belo mundo
E blaterar, gritar, bem alto:
Gostei muito de viver nessa Terra...