O dia em que deus riu da minha cara

Eu não havia saído de uma boa semana.

Mas assim, de repente?

Meu estômago doía absurdamente e meus pés estavam cansados.

O sangue do meu rosto se esvaiu todo.

Pálida eu repetia mentalmente o verso daquela música que você gostava.

Gostava.

Eu não sabia o que fazer porque minhas mãos estavam todas sujas de sangue.

Eu não sabia o que fazer com aquele cadáver na minha frente.

E eu realmente não sabia o que fazer com a minha vida.

Eu soube o que fazer com a sua.

A lucidez não me era uma característica forte mesmo.

A loucura que me escorria pelos dedos pingava em teu sapato branco fazendo um longo rastro pelo chão.

Pedi a qualquer deus pra não caçoar de mim.

Mas você sabe, eles nunca ouvem nossos pedidos.

Não foi por mal.

Eu juro.

Eu não queria te machucar.

Yngrid Bitencourt
Enviado por Yngrid Bitencourt em 03/12/2016
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