O dia em que deus riu da minha cara
Eu não havia saído de uma boa semana.
Mas assim, de repente?
Meu estômago doía absurdamente e meus pés estavam cansados.
O sangue do meu rosto se esvaiu todo.
Pálida eu repetia mentalmente o verso daquela música que você gostava.
Gostava.
Eu não sabia o que fazer porque minhas mãos estavam todas sujas de sangue.
Eu não sabia o que fazer com aquele cadáver na minha frente.
E eu realmente não sabia o que fazer com a minha vida.
Eu soube o que fazer com a sua.
A lucidez não me era uma característica forte mesmo.
A loucura que me escorria pelos dedos pingava em teu sapato branco fazendo um longo rastro pelo chão.
Pedi a qualquer deus pra não caçoar de mim.
Mas você sabe, eles nunca ouvem nossos pedidos.
Não foi por mal.
Eu juro.
Eu não queria te machucar.