As metades e a meta

Ele é feito de todas as meias metades...

Inundadas...transbordadas...induzidas

Das loucuras e atrocidades da vida

Nascidas do silêncio mais profundo

Partidas e repartidas pelo mundo

Nas andanças, buracos e percalços

Pelos caminhos, atalhos e cansaços

Estalagens onde repousou os braços

Tentou adormecer e sufocar a raiva

Pela falta da mulher e suas ternuras

Dos seus beijos, carinhos e doçuras

Para aliviar sua alma das amarguras

Solidão dormindo em sua cama...

Ausência da amada e suas chamas

Nos lençóis de seda que inflamam

Sonhou tanto em vê-la... ao seu lado...

Que sentiu até o vazio de um mutilado

Sem o amplo completivo dos dotados

Que dá a capacidade de um ser amado

Sentiu e almejou que fosse devolvido

Esta meia metade que lhe foi subtraída...

Sabedor de que o tempo é o soberano...

Instrutor e condutor dos nossos planos

Que haverá de o ajudar nos desenganos

À reposição...à devolução...cura das feridas...

Para que o amor, a paz, encontre sua morada

No vazio do poeta a felicidade seja instalada

Metade querida que completará a sua vida.

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 18/05/2008
Código do texto: T994561