PATÉTICA LOUCURA OU SAUDADE EMBUTIDA
Apenas tinta moderna numa caneta esferográfica barata
É tudo que tenho, além de pasmos,
Mais tenho grilos, crio quadros, de lembranças, fotografias
Arranhões, cicatrizes que acordam em notas de musica lírica
Meu corpo saqueado de saudade, pede o desconhecido
O amor passou no peito feito furacão
A tinta da caneta, a pobre, alimenta verbos de querer, amar, poder, ficar, aqui
(Aqui não é verbo)
Devia ser
Eu aqui solitário
Tu aqui do meu lado
A tinta imaginação cria verso do nada
Alimento-me disso, dos verbos, dos riscos do pântano, abismos em versos
Estou, deveras, na fronteira entre a loucura poética e o corpo dela.
Radyr Gonçalves
Copyright 2003
Escrito em 13 de abril de 1998