Tempo
Eu sou a flor de cacto
Nascida do deserto
Crescida pela pobreza
Dos teus ventos secos
E murmúrios de dor
Eu sou o pássaro que sai da ninhada tardia
Que voa e voa
Sou a fera medonha
Que mata e mata
Miserável, nasci com sorriso de primavera.
Triste aquela noite de sangue
O anjo provou ser real
A criatura
Sou fruto do amor...
E alimentado pelo ódio...
Posso morrer e matar
Encantam-se esses versos
Por isso olhe para fora
E ousa com atenção as batidas do teu coração
Não tenhais medo esse é também o meu
Veja...
É por entre nuvens teu rosto.
Se preocupe, esse é o meu.
Sou a brisa que acaricia teu rosto
Esvaecido de chorar
Sinta como toco sua pele
Manchada pelo tempo
Olhe na margem do lago a sua frente
Esse que está vendo sou eu
É você...
Somos nós!